A Praia da Ponta Negra será palco, a partir desta segunda-feira (29), da 15ª edição do Festival Afro-Amazônico de Yemanjá, um dos mais importantes eventos culturais e religiosos da Região Norte, que vai além da celebração da Rainha do Mar e se consolida como um espaço estratégico de valorização da cultura afro-amazônica.
Um evento que mistura rituais de matriz africana com manifestações artísticas locais, e que acontece tradicionalmente no Réveillon (final de dezembro/início de janeiro) na Ponta Negra, unindo o povo de axé com a diversidade cultural amazônica e de promoção da saúde integral da população negra.
Ele fortalece as raízes afro-ameríndias da região, promovendo a união de terreiros, artistas e público, com shows, danças e a tradicional entrega de oferendas ao Rio Amazonas, nos dias 29, 30 e 31 de dezembro.
Uma tradição que existe há mais de 60 anos, organizada pela Associação de Desenvolvimento Sócio Cultural Toy Badé, para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana.
Saúde integral da população negra como eixo central
Nesta edição, o festival amplia seu papel social ao dar visibilidade às diretrizes da saúde integral da população negra, com foco nas especificidades que impactam a vida das mulheres negras, indígenas, quilombolas e mulheres de axé — historicamente expostas a desigualdades no acesso aos serviços de saúde, ao racismo institucional e à invisibilização de suas demandas.
O debate sobre saúde integral envolve temas como: saúde da mulher negra, com ênfase na prevenção de doenças ginecológicas, câncer de colo do útero e de mama; Direitos sexuais e reprodutivos, considerando contextos culturais e territoriais; Saúde mental, especialmente diante dos impactos do racismo estrutural e religioso; Valorização dos saberes tradicionais de cuidado, presentes nos terreiros e comunidades tradicionais; Enfrentamento ao racismo institucional no SUS, reforçando a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
“Não podemos abrir mão dos nossos direitos. A realização anual deste evento significa sobreviver ao racismo, ao preconceito e ao ódio religioso, mesmo com a falta de apoio. Por isso, convido a todos e a todas, e até mesmo quem não é do axé, mas é apreciador e respeita as nossas tradições, a virem prestigiar este evento”, diz Xɛ́byosɔnɔ̀n Ọba Méjì Fataɖagbenɔ un nyi Alberto Jorge Silva, Coordenador Geral da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana – ARATRAMA.
Acompanhe a programação através das redes sociais: @festivalafroamazonicodeyemanja
Confira as atrações:
DIA 29/12
DJ Ravi
Pra Sempre Estrelas
Tatá Jatobá
Márcia Novo
Maracatu Eco da Sapopema
DJ Victor D’Lírio
DIA 30/12
DJ Ravi
Grupo Samba Com as Moças
Sissi Rolim
Maracatu Pedra Encantada
DJ Hayden
DIA 31/12
DJ Ravi
Banda Dir. Uns e Outros
Ronaldo Vargas – Capoeira
Casa de Terreiro Encanto da Jurema
Wendy Lady
Banda Impakto
DJ Ariana Paes


