O Ministério Público do Amazonas (MPAM) acionou a Justiça para responsabilizar três policiais militares suspeitos de envolvimento em um esquema de “funcionários fantasmas” na 5ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Boca do Acre. A ação civil pública, protocolada nesta quarta-feira (3), aponta prejuízo de quase R$ 2 milhões aos cofres públicos entre 2018 e 2024.
As suspeitas vieram à tona após a Operação Joeira, conduzida pelo Gaeco em novembro, revelar que dois dos policiais recebiam salário integral mesmo vivendo em Manaus e atuando em atividades particulares. Ambos deveriam cumprir escala em Boca do Acre, mas, segundo o MP, nunca compareciam ao serviço. Em colaboração premiada, eles admitiram o esquema e relataram a participação do então comandante da unidade.
De acordo com as investigações, o ex-comandante teria falsificado escalas de serviço para registrar a presença dos subordinados, garantindo o pagamento sem que qualquer atividade fosse desempenhada no município. O Ministério Público afirma que a prática configurou um esquema organizado de desvio de recursos, e não uma simples falha administrativa.
Na ação, o MPAM solicita o bloqueio de bens, o afastamento cautelar dos envolvidos e a cobrança de indenização por dano moral coletivo de R$ 500 mil, além do ressarcimento integral do valor desviado. O órgão também pede que, ao fim do processo, os policiais percam os cargos e tenham os direitos políticos suspensos.


