A 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus vai julgar a partir desta terça-feira a Ação Penal de Competência do Júri nº. 0619361-70.2017.8.04.0001, que tem 11 réus acusados da morte do policial militar Paulo Sérgio da Silva Portilho, crime ocorrido no dia 26 de maio de 2017, por volta de 23h50, na invasão do Buritizal, Bairro Nova Cidade, Zona Norte de Manaus.
Em função da quantidade de réus, o júri está marcado para ser realizado em três dias – 21, 22 e 23 de setembro de 2021. A Sessão de Julgamento Popular ocorrerá no plenário principal do Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, no bairro de São Francisco, e vai ser presidida pelo juiz Rosberg de Souza Crozara.
O MPE ofereceu denúncia contra José Cleidson Weckner Rodrigues, Renata Lima da Silva, Felipe de Souza Santos, Jeferson de Souza Farias, Alex Azevedo de Almeida, Marcos Neves Serra, Bruno Medeiros Mota, Henrique da Silva, Willian Paiva Cavalcante, Rodolfo Barroso Martins e Fábio Barbosa de Souza.
Um dos acusados, José Izaque Santos da Silva, morreu logo após o crime e teve extinta sua acusação. Os réus serão julgados pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menores e tortura. Dos 11 réus, nove estão presos provisoriamente no sistema prisional da capital. Rodolfo Barroso Martins e Renata Lima da Silva estão respondendo ao processo em liberdade.
Relembre o caso
O policial Paulo Portilho foi torturado e executado no dia 26 de maio de 2017, na invasão Buritizal, localizada no bairro Nova Cidade, na zona Norte de Manaus. O PM tinha sido visto pela última vez ao sair de casa para ir trabalhar.
Segundo as investigações da Polícia Civil, Portilho teria ido visitar um terreno na área da invasão, que era tomada pelo tráfico de drogas. No local, ele foi amarrado, esfaqueado e enterrado após ser identificado como policial militar.
O corpo do policial foi localizado quatro dias depois do homicídio, durante uma ação que moveu todas as forças da Segurança Pública do Amazonas, enterrado em uma área da invasão.
Logo após o corpo dele ser removido do local, a comunidade foi incendiada. Segundo a Polícia Civil, o incêndio foi causado como retaliação a moradores que informaram a localização do corpo do soldado. Já os moradores contaram que policiais no local teriam sido responsáveis pelas chamas.