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Caso Benício Xavier: Médico aponta falha no protocolo de segurança e uso de adrenalina

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Em depoimento prestado no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP) um médico pediatra, professor de pediatria na Faculdade AFYA, em Manacapuru, afirmou que a administração de adrenalina por via intravenosa no paciente Benício Xavier, de 6 anos, não possui fundamento na prática clínica adequada. A criança morreu em 23 de novembro após uma overdose do medicamento durante atendimento no Hospital Santa Júlia, em Manaus, quando a família buscou atendimento para tosse seca possivelmente por laringite.

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O profissional, que pediu anonimato, esclareceu que o uso intravenoso de adrenalina é restrito a emergências extremas, como paradas cardiorrespiratórias ou reações anafiláticas graves, como em casos de alergias. Para outras situações, como crises de laringite, a via indicada é exclusivamente a inalatória, por meio de nebulização, podendo também fazer o uso de medicamentos menos arriscados, como corticoides, por exemplo.

Conforme seu relato, a dosagem segura para administração por inalação é de 0,5 ml por quilo do paciente, com teto máximo de 5 ml por aplicação. Considerando que Benício pesava 21 kg, a dose correta não deveria ter excedido esse limite estabelecido. Conforme prescrição da médica Juliana Brasil, que é investigada pela morte, foi pedido três doses a cada 30 minutos de 3 ml, totalizando 9 ml.

Em sua declaração, o médico ainda apontou uma possível falha nos procedimentos de segurança do hospital. Ele destacou que, especialmente em UTIs, é padrão a realização de checagem dupla ou múltipla de medicações, com participação de enfermagem, farmácia e técnicos responsáveis pela administração.

Segundo ele, é dever de cada profissional envolvido nessa cadeia questionar imediatamente qualquer prescrição que gere dúvida, como medida essencial para evitar erros e assegurar a integridade do paciente. Além da médica, também é investigada a conduta da técnica de enfermagem Rayssa Marinho, que administrou a medicação e, apesar de ter achado estranho a forma intravenosa, não questionou seus superiores.

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