A Justiça amazonense deu prosseguimento à ação penal contra dois homens pelo assassinato do jovem palestino Mohammad Manasrah e pela tentativa de homicídio de seu irmão, Ismail Manasrah. Em decisão da última quarta-feira (10), o juiz Fábio César de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da capital, considerou válida a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra Robson Silva Nava Júnior e Bruno da Silva Gomes.
Em sua fundamentação, o magistrado avaliou que as provas coligidas no inquérito policial “são suficientes para considerar a possibilidade” de que os dois sejam os responsáveis pelo crime, ocorrido em março após uma discussão em uma boate na Zona Centro-Sul de Manaus.
O juiz manteve a prisão preventiva de Bruno da Silva Gomes, que está detido desde fevereiro. A decisão se baseia no risco que sua soltura representaria para a integridade física do irmão da vítima e de uma testemunha, além do potencial “risco à segurança de terceiros” e de gerar “sensação de impunidade”. Já Robson Nava Júnior permanece foragido da polícia, com dois mandados de prisão (temporária e preventiva) em seu nome, mas já possui defesa constituída.
Os detalhes do crime
O crime aconteceu na madrugada do dia 5 de março, na rua Rio Içá, no bairro Nossa Senhora das Graças, em frente à casa noturna Rox Club e Lounge. A tensão começou dentro do estabelecimento, quando Bruno supostamente impediu Ismail de se aproximar do irmão para quitar a conta.
Na sequência, já do lado de fora, os irmãos foram abordados pela dupla. A acusação descreve que Robson teria iniciado um diálogo “pacífico” com as vítimas, em uma aparente manobra de distração. Enquanto isso, Bruno, escondido entre veículos estacionados, teria executado um ataque surpresa utilizando um caco de garrafa. Mohammad foi golpeado no pescoço e morreu no local. Ismail, que tentou proteger o irmão, sofreu cortes profundos no rosto e nas costas.
Com a admissão da denúncia, o caso avança para a fase de instrução processual, que inclui a oitiva de testemunhas e a produção de provas pericial e testemunhal, até ser submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. As investigações policiais continuam ativas para localizar e prender Robson Nava Júnior, apontado como peça central na execução do crime e acusado de agir com premeditação.