Quase que como no habitat natural, crianças e adolescentes de comunidades ribeirinhas do Amazonas têm praticado um esporte, que para elas, é também uma forma de expressar a rotina dos seus dia a dia: a Canoagem.
O aumento da procura dessas crianças pelo esporte veio após o baiano Isaquias Queiroz conquistar medalha de ouro nos jogos olímpicos de Tóquio. O atleta tornou-se um herói para essas crianças, que acabaram “se vendo” representadas na modalidade.
Uma desses adolescentes é Tailo Pontes de Araújo, de 17 anos. Ele é morador da comunidade indígena rio Cunheiras e é um dos 60 alunos que participam do projeto Canoagem Indígena, que é uma parceria entre a ONG Fundação Amazonas Sustentável e a Confederação Brasileira de Canoagem.
“Ele é a minha motivação para remar todos os dias. Meu maior sonho é participar das Olimpíadas e ganhar várias medalhas”, afirmou.
Muitas dessas crianças são indígenas e o contado com a água vem desde os primeiros meses de vida, já que o principal meio de transporte para esses ribeirinhos é a canoa.
O projeto existe desde 2019 e ensina a essas crianças técnicas competitivas para que possam participar de competições tanto regionais, quanto nacionais. Nas aulas os alunos têm contato com equipamentos adequados e chegam a treinar até quatro horas por dia.
“Eles praticamente nasceram dentro de canoas indígenas, e isso já favorece em termos de equilíbrio e resistência”, disse o técnico. “Os tempos deles são excelentes. Eles são rápidos e têm resistência e estão melhorando a cada dia”, declarou o técnico Nivaldo Cordeiro.