Uma mulher de 30 anos foi presa nesta quarta-feira (16) pelo crime de exercício ilegal da medicina. A prisão aconteceu após requisição do Ministério Público do Amazonas (MPAM) que solicitou apuração sobre o uso irregular de medicamentos da clínica Ana Paula Miranda, da unidade do município de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus), no interior do Amazonas.
De acordo com o delegado Renato Ferraz, da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Tefé, as investigações tiveram início após a divulgação, nas redes sociais, da venda e aplicação do medicamento Monjaro (tirzepatida), substância injetável e de uso controlado, indicada para tratamento de diabetes tipo 2 e controle do peso corporal.
“Ao chegarmos ao local, não encontramos a proprietária da clínica, mas fomos recebidos por uma funcionária que se apresentou como esteticista e afirmou ser a responsável pela aplicação do medicamento”, relatou o delegado.
Ainda conforme a autoridade policial, durante a vistoria, a equipe encontrou diversas ampolas do medicamento já utilizadas e outras prontas para uso, além de duas agendas contendo nomes e horários de clientes que frequentavam o local para receber as aplicações.
Segundo Ferraz, o medicamento Monjaro é classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como de uso controlado, cuja prescrição exige receita médica com retenção da via pela farmácia. Sua venda, armazenamento e aplicação também dependem de autorização específica da Anvisa, o que não foi apresentado pela responsável no local.
“A aplicação de substâncias controladas por pessoas não habilitadas representa um grave risco à saúde pública. A atuação policial tem como objetivo proteger a população de práticas ilegais disfarçadas de procedimentos estéticos”, explicou o delegado.
Ferraz acrescentou que o inquérito policial segue em andamento e que a Polícia Civil continua com as diligências para identificar e responsabilizar a proprietária do estabelecimento. Os fatos também serão comunicados à Vigilância Sanitária, que poderá adotar medidas administrativas contra a clínica.
Na quarta-feira, no dia que a colaboradora foi presa, Ana Paula divulgou nas redes sociais que não iria atender no dia, mas que a agenda para Manacapuru já estava aberta e iria haver atendimento. Após a prisão, já nesta quinta-feira, a proprietária não falou nada a respeito, mas divulgou a aplicação do medicamento numa paciente na unidade de Manaus.