Um casal de empresários identificado como Wandeysnuza Pereira Granja, de 37 anos, e Wellington Antônio da Silva, de 39 anos, foi preso durante operação em Borba (a 151 quilômetros de Manaus), no interior do Amazonas. As prisões ocorreram na última sexta-feira (09) e na terça-feira (14). Eles são suspeitos de praticar extorsão majorada contra mulheres que prestavam serviços à empresa de departamentos da qual são proprietários
O delegado Jorge Arcanjo, da 74ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), informou que as investigações revelaram que o casal administra uma loja de departamentos em Manaus e costumava viajar a diversos municípios do interior do Amazonas para recrutar pessoas interessadas em revender seus produtos, com preferência por mulheres solteiras, com filhos e residência própria.
Segundo o delegado, no momento da contratação, os empresários alegavam que os revendedores ficariam com dois terços do produto comercializado, e que as vítimas poderiam permanecer com o terço restante como uma espécie de “brinde”.
“As investigações indicam que a empresa conta com cerca de 300 revendedores apenas no município de Borba, além de outros municípios do estado. No ato da contratação, eram oferecidos cosméticos e roupas íntimas. Após aproximadamente três meses, os empresários retornavam à residência das vítimas e, de forma ríspida e mediante grave ameaça, passavam a cobrar uma suposta dívida que, segundo eles, já perdurava há cerca de um ano”, explicou o delegado.
Ainda de acordo com Arcanjo, o grupo criminoso conta com cerca de 50 colaboradores, cujo objetivo seria extorquir o máximo de dinheiro possível das vítimas.
“Como as vítimas não tinham acesso ao valor real de suas dívidas, os infratores cobravam insistentemente durante cerca de um ano, com a justificativa de que elas ainda deviam à empresa”, acrescentou.
Na ocasião da prisão em flagrante de Wellington, ocorrida na sexta-feira (09/05), ele chegou a ameaçar uma mulher com um disparo de arma de fogo no rosto, na frente do filho dela, caso a suposta dívida não fosse quitada até as 17h do mesmo dia. Sua esposa, Wandeysnuza Pereira Granja, foi presa na terça-feira (14). Ambos foram autuados em flagrante por extorsão majorada, e tiveram a prisão convertida em preventiva.
O delegado destacou que a empresa atua no mercado há cerca de seis anos e que a organização criminosa possui ramificações em outros municípios do Amazonas.
A investigação também identificou o envolvimento de um funcionário da empresa, Rafael Couto Santos, 28, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e encontra-se foragido.
Denúncias
A PC-AM solicita que qualquer informação sobre o paradeiro de Rafael Couto Santos seja repassada pelo número 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). O sigilo da identidade do denunciante é garantido.
Wandeysnuza Pereira Granja e Wellington Antônio da Silva responderão por extorsão majorada e permanecerão à disposição da Justiça.