Uma tragédia de proporções chocantes abalou o bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (9). Três gerações de uma mesma família – Cristina Antonini, 66 anos, sua filha Daniela Antonini, de 40 anos, e a neta Giovanna Antonini Vasconcelos, de apenas 1 ano e 11 meses – foram encontradas mortas dentro de um apartamento em circunstâncias misteriosas. Os quatro cachorros da família também apareceram sem vida em diferentes cômodos do imóvel.
De acordo com a Polícia Militar, os corpos das três vítimas estavam sobre a cama. No local, foram encontradas três bandejas com carvão queimado, e o apartamento estava com todas as janelas fechadas e tapadas com papéis, indicando uma possível tentativa de vedação do ambiente.
A síndica do prédio, Raquel Perpétuo Moreira, relatou que o primeiro sinal de que algo estava errado partiu da avó paterna da criança, que não conseguia contato com a mãe da menina. Ao chegar ao andar, ela sentiu um cheiro forte e foi informada por uma vizinha que os cães, normalmente barulhentos, estavam em silêncio – assim como a pequena Giovanna, que não era mais ouvida chorando.
Um detalhe perturbador veio à tona: no dia anterior ao crime, uma moradora já havia chamado o zelador por suspeitar de um vazamento de gás no prédio. Não se sabe, no entanto, se o incidente tem relação com as mortes.
A PM foi acionada e, ao arrombar a porta, deparou-se com a cena devastadora. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (IMLAR), onde passarão por necropsia.
A Polícia Civil informou que uma carta, que teria sido escrita por Daniela, revelava problemas financeiros, estando com dificuldade para pagar o aluguel e o tratamento de saúde da filha, que tem uma doença chamada “atresia do esôfago”. No entanto, é aguardado os laudos periciais. Enquanto a investigação corre em sigilo, familiares e vizinhos estão em choque.