A aliança pacificadora entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), anunciada em fevereiro deste ano, chegou oficialmente ao fim. Em comunicado divulgado no dia 28 de abril, atribuído ao PCC, foi anunciado a ruptura do acordo com a facção rival, reacendendo uma das disputas mais violentas do crime organizado no país.
Segundo a facção paulista, a trégua havia sido firmada para “poupar vidas” e conter a violência, mas foi encerrada “com respeito e humildade”. O grupo reforçou que continuará intolerante a atos que violem a chamada “ética do crime”, como ataques a inocentes e familiares, e afirmou que permanece aberto ao diálogo apenas com quem defende a paz.
A trégua inédita havia sido articulada por advogados das facções, sob pressão de líderes presos em penitenciárias federais, e resultou em uma breve redução nos confrontos. No entanto, a rivalidade histórica entre PCC e CV — rompida anteriormente em 2016 — voltou a gerar tensão, especialmente no Amazonas, onde especialistas temem uma nova onda de violência.
O estado, estratégico para o tráfico internacional de drogas, já foi palco de massacres em anos anteriores, como o de 2017 em Manaus, que deixou 56 mortos. Até o momento, o governo do Amazonas não se manifestou sobre medidas para conter possíveis novos confrontos.