Deise Moura dos Anjos foi encontrada morta dentro da cela da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, em Porto Alegre, informou o delegado Fernando Sodré, nesta quinta-feira (13). A mulher era investigada pela morte de três pessoas da família, que comeram um bolo envenenado com arsênio. Ela também era suspeita na morte do sogro, ocorrida em setembro de 2024.
Em nota, a Polícia Penal informou que Deise foi encontrada “sem sinais vitais” durante a conferência matinal realizada pelos agentes penitenciários. “Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito“.
A detenta estava sozinha na cela no momento da ocorrência. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a morte ocorreu “por asfixia mecânica autoinfligida”. A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) irão investigar as circunstâncias da morte.
Bolo envenenado
A família comeu o bolo na véspera de Natal, no dia 24 de dezembro do ano passado, e o principal alvo seria a sogra de Deise, Zeli dos Anjos, que acabou comendo a maior quantidade, duas fatias. A nora teria colocado o veneno na farinha que foi usada por Zeli para preparar o doce.
Três mulheres da mesma família morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”. Já Zeli recebeu alta após vários dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.
Segundo a polícia, Deise não gostava da sogra e no celular dela foram encontradas pesquisas sobre “veneno para coração” e “veneno para humanos”.
O marido de Zeli morreu meses antes e após as outras mortes a polícia exumou o corpo dele e foi constatado que ele também foi envenenado. O homem morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.
Deise Moura dos Anjos confirmou à polícia, quando foi presa, que tinha problemas com a sogra, mas negou ter desejo de matá-la. Sobre o sogro, disse que se relacionava bem com ele. Ela negava ter cometido o crime.