Na noite desta segunda-feira (25) os atletas Matheus Gabriel, Ary Farias, Meyram Maquiné e Thalison Vitorino, postaram uma nota conjunta nas redes sociais onde comentaram sobre o motivo de terem denunciado o treinador de jiu-jítsu Alcenor Alves, de 56 anos, após anos de abuso. Segundo a polícia, o homem vem praticando estupro de vulnerável e exploração sexual contra alunos ainda crianças há mais de 10 anos em Manaus.
Professor de jiu-jítsu de Manaus preso por abus0 d0pava vítimas e entidades se manifestam
Alcenor foi preso no último sábado (23) em Santa Catarina, durante uma competição onde acompanhava atletas que são crianças. As vítimas que resolveram falar sobre o caso foram treinadas por ele na mesma faixa etária e só agora adultos, treinando fora e após todo sofrimento, resolveram denunciar pensando em evitar que o ciclo de violência sexual se repita com outras crianças e adolescentes.
Treinador de jiu-jitsu que estava foragido por e$tupro de vulnerável em Manaus é preso em SC
“Como muitas outras vítimas, sentimos vergonha e medo de denunciar. Esse silêncio nos acompanhou por muito tempo, mas agora, com mais coragem, decidimos dar uma passo à frente. Nossa decisão de expor o que aconteceu não foi fácil, mas acreditamos que é necessário para buscar justiça e prevenir que outras pessoas passem pelo mesmo”, diz trecho da nota.
Segundo a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), pelo menos 12 vítimas já foram identificadas e todas são de baixa renda e homens. Alcenor aproveitava as viagens para praticar os crimes e até dava banho nos meninos que, pela pouca idade, só se deram conta de que foram abusados anos depois.
Um dos atletas, campeão mundial atualmente, contou que aos 10 anos o treinador o masturbava, beijava na boca e praticava sexo oral nele. “Eu tinha apenas 10 anos e não sabia o que estava acontecendo. Eu me tremia de nervoso e no final do dia chorava perguntando porque aquilo aconteceu comigo”.
Segundo a delegada adjunta da Depca, Deborah Ponce de Leão, o homem recentemente tentou fazer com que as vítimas não o denunciasse à polícia. Ela acredita que ele continua praticando os crimes, já que foram encontradas mídias na residência que são atuais.
O presidente da Federação de Jiu-jitsu do Amazonas (FJJAM), Elvys Damasceno, informou que após as denúncias houve uma reunião com a diretoria da federação e foi decidido pela expulsão do professor da entidade. Foi pedida a cassação da faixa preta dele a nível estadual e nacional.